Finalizando a série “Tradução Livre de Poesia de Guerra, de Bernard McGuirk”, transcrevo parte de minha tradução livre da poesia intitulada Strange Meeting, de Wilfred Owen.

 

Strange Meeting

It seemed that out of battle I escaped
Down some profound dull tunnel, long since scooped
Through granites which titanic wars had groined.
Yet also there encumbered sleepers groaned,
Too fast in thought or death to be bestirred.
Then, as I probed them, one sprang up, and stared
With piteous recognition in fixed eyes,
Lifting distressful hands as if to bless.
And by his smile, I knew that sullen hall,
By his dead smile, I knew we stood in Hell.
With a thousand pains that vision's face was grained;
Yet no blood reached there from the upper ground,
And no guns thumped, or down the flues made moan. 
"Strange friend," I said, "here is no cause to mourn."
"None," said the other, "save the undone years,
The hopelessness. Whatever hope is yours,
Was my life also: I went hunting wild
After the wildest beauty in the world, (...)"

Estranho Encontro

Parecia que da batalha eu havia escapado
Por algum profundo e sombrio túnel, há muito escavado
Por entre granitos que titânicas guerras haviam fendido
Entretanto, impedidos, também ali os que dormiam gemiam
Demais ágeis no pensamento ou na morte para serem movidos
Então, ao sonda-los, um deles saltou, e fitou
Com piedoso reconhecimento em fixo olhar,
Elevando mãos aflitas como que abençoando
E, através de seu sorriso, percebi soturno corredor
Através de seu falecido sorriso eu percebi que estávamos no Inferno.
Com mil dores aquela face da visão pontilhava-se;
Mas sangue não chegava ali do solo acima
E armas não golpeavam, nem lamentavam-se, passagens abaixo
"Estranho amigo," eu disse, "aqui não há razão para luto."
"Nenhuma," disse o outro, "salvo os anos desfeitos"
A desesperança. Qual seja a sua esperança,
Também foi minha a vida; segui caçando, selvagem
A beleza mais selvagem do mundo, (...)"

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