Uma pesquisa realizada pelo sociólogo luxemburguês Fernand Fehlen concluiu que, entre 1984 e 2019, a língua inglesa, também no Grão-Ducado do Luxemburgo, está ganhando terreno, mesmo que a língua francesa ainda domine lado a lado com o luxemburguês, idioma que só é falado no próprio país. A já tradicional demanda do trilinguismo alemão-francês-luxemburguês está em alta no setor público e nos setores de educação, serviços sociais e saúde, sendo que o francês ainda domina quando se trata de exigir uma só língua para os setores mencionados, embora o luxemburguês, paradoxalmente, seja a competência mais rara e a mais procurada, mesmo que, pragmaticamente, ela seja a mais supérflua. Como filha de luxemburgueses, já venho notando esse fenômeno há muito tempo, pois basta você se dirigir à maioria dos comerciantes e balconistas em luxemburguês e você quase que invariavelmente receberá uma resposta em francês. Ao mesmo tempo, o setor privado procura ter um nativo como figura destacada dentro da empresa, como se fosse um troféu. Por outro lado, o idioma inglês é o mais desejado no mundo financeiro chegando a ser a língua franca também nos outros setores da economia, provando que o desenvolvimento econômico modifica em grande parte a situação linguística do país. Contrastando o Brasil com esse país de primeiro mundo, a nossa população só fala uma língua, enquanto no resto do mundo o bilinguismo é regra. Segundo o British Council, só 5% da nossa população consegue se comunicar em inglês e só 1% é fluente: ficamos em 41º lugar no ranking de proficiência em inglês. Além do lado prático, o bilíngue tem um cérebro mais saudável e aumentará seu tempo afastado da temível demência.