Busco informações a respeito do bem-sucedido setor agronegócio brasileiro na internet e só encontro notícias antigas recheadas de otimismo. No jornal mineiro Estado de Minas, onde antes havia notícias otimistas para o campo, agora as manchetes da parte da economia desapareceram e foram substituídas por páginas e mais páginas revelando ameaçadoras cifras da pandemia do micro-organismo chinês que assola não só a saúde como também a economia dos habitantes do nosso planeta azul.

Falava-se, no passado recente, de um PIB do setor agropecuário que prometia um crescimento maior do que o previsto para 2020, que variaria de 3,4% a 4,15% com base nas projeções do IBGE e da Conab. A expectativa era uma produção em ascensão para acima de 3,9% mais por causa da expansão na oferta de soja e café, nossos grandes agro-líderes.

Se até economias robustas como as da Alemanha só tem a noticiar que as suas exportações despencaram 11,8% em março, a maior queda desde que os registros atuais começaram em 1990, como reflexo da crise de coronavírus, o que não dizer de economias como a nossa que mal estavam tomando o rumo do progresso quando foram assaltadas por um microscópico organismo. Ironicamente, a macroeconomia foi derrubada por um micro-organismo.

Mas já havia uma instabilidade anunciada em janeiro de 2020: as exportações brasileiras já apresentavam uma queda de cerca de 4 bilhões de dólares em relação à mesma época de 2019. Acredita-se que esta redução já estaria relacionada à desaceleração da economia chinesa devido ao surto do coronavírus. O cenário negativo afetou a demanda de produtos de outros países como as commodities brasileiras, traduzidas em produtos agrícolas e minerais.

Por outro lado, Minas Gerais anuncia que terá banco chinês sediado em Pouso Alegre, destinado a fazer operações no setor industrial fora da China. Através de um capital inicial de R$100 milhões, o objetivo da nova instituição financeira é apoiar empresas fornecedoras de insumos e material para a fábrica do conglomerado na região. O grupo asiático XCMG produz máquinas para a construção pesada e para a agricultura, representando assim um ponto de conexão entre a China e o Brasil, bem ao estilo do ditado chinês “Crise é oportunidade”, o que, atualmente, pode ser traduzido por uma crise dando oportunidade para aqueles que a provocaram!